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      Odontomachus cf. bauri - Trap-Jaw Ant / Formiga-de-Estalo (Emery, 1892)

      19 Mar 2018

      Hymenoptera: Apocrita: Aculeata: Formicoidea: Formicidae: Ponerinae: Ponerini

      O indivíduo retratado é um macho de Odontomachus sp., possivelmente um macho de Odontomachus bauri, pois esta é uma das espécies mais comuns nesta específica área de distribuição e minhas suspeitas dispararam aos céus quando vi a foto de um macho de Odontomachus bauri que fornecerei mais abaixo, esta contendo os mesmos desenhos no tórax e feições. Esta espécie pertence à ordem Hymenoptera, subordem Apocrita, infraordem Aculeata, superfamília Formicoidea, família Formicidae, subfamília Ponerinae e tribo Ponerini. São vulgarmente conhecidas no exterior por "trap-jaw ants", no Brasil como um todo por "formigas-de-estalo" e especificamente nos estados Brasileiros do Nordeste por "trinca-cunhões".

      Os machos de Odontomachus são incrivelmente diferentes das fêmeas, estas que possuem largos e fortíssimos músculos mandibulares com armadilhas alongadas que se abrem horizontalmente de forma parecida com uma tesoura aos 180º quando estão buscando por presas. A armadilha é ativada quando a presa toca o gatilho que consiste de cerdas localizadas abaixo das mandíbulas; as armadilhas então se fecham em uma incrível velocidade e força. Na realidade, este é o mais rápido movimento já documentado em qualquer animal. Os dados cinemáticos indicam que a força do fechamento das armadilhas nas Odontomachus escala positivamente com o tamanho do corpo, com a aceleração escalando inversamente ao tamanho do corpo. O motivo desta natureza durante a caça ainda é desconhecido. As operárias geralmente apalpam suas presas com as antenas, procedendo a afastar as antenas e a fechar as armadilhas na presa. A presa é então segurada pelas mandíbulas, erguida do substrato, ferroada e então transportada para o ninho. A parte da ferroada nem sempre é necessária. Esse comportamento pode sofrer mudanças dependendo da presa, e múltiplos golpes mandibulares podem ser dados para atordoar ou desmembrar as vítimas. As operárias tendem a ser cautelosas durante a captura das presas, especialmente quando estas são de elevada periculosidade. Algumas operárias aprenderam a evitar presas perigosas.

      Algumas Odontomachus conduzem rápidos golpes mandibulares para outras finalidades, com a força do impacto sendo usada para saltar para segurança ou para o topo de um intruso, ou até mesmo para ejetar estes para longe. Também podem usar suas mandíbulas para tarefas básicas como a construção do ninho e para cuidar das larvas.

      Os machos (como o sujeito retratado) não possuem a aparência intimidadora das fêmeas e não possuem as armadilhas. Possuem treze segmentos nas antenas, enquanto as operárias possuem doze. A clava antenal nos machos e nas operárias são ausentes. A quantia de dentes nas operárias varia entre 3 e 20 dentes, enquanto os machos possuem zero. As mandíbulas são reduzidas e não se opõem. A cápsula genital não é completamente retrátil e os cercos são bem desenvolvidos, bem como conspícuos. O nódulo peciolar nos machos de Odontomachus são, de certa forma, cônicos, com um ápex estreitamente arredondado ou até mesmo pontudo. Contando as antenas esticadas, o sujeito retratado media aproximadamente 1,3cm em comprimento e possuia asas bem desenvolvidas. A cabeça é plana, com metade de praticamente todos os lados desta ocupados por grandes olhos compostos geralmente contendo fracas marginalizações mesais na vista frontal (dorsal) e fracas marginalizações laterais quando vistas lateralmente. O clípeo é pequeno e convexo, com uma livre margem anterior convexa ou quase estreita. Os ocelos são grandes e próximos uns dos outros, normalmente situados em uma eminência. As mandíbulas são pequenas e estreitas com ápices pontudos ou sem rodeios. O lábrum é pequeno e bilobado com uma fenda mediana, encaixando-se no espaço entre as mandíbulas. As antenas possuem curtas e cilíndricas fugas com um pedicelo mais curto ainda. O tronco é relativamente robusto. O pigídio é produzido como uma fina e pontiaguda espinha curvada para baixo em todos os machos conhecidos de Odontomachus. As lâminas subgenitais ("hypogygium", como são referidas em textos em Inglês) são linguiformes, com lados paralelos e ápex arredondado ou subtruncado. As pernas e garras tarsais são finas com - ou sem - um pequeno dente submediano. Mais informações podem ser vistas na fonte proporcionada nos comentários.

      Além das armadilhas incrivelmente poderosas, Odontomachus também possuem um ferrão no ápex do abdome que pode ser usado para ferir a presa. Aranhas Salticidae do gênero Enoplomischus PARECEM mimetizar formigas Odontomachus.

      A maioria das espécies podem ser encontradas nas zonas tropicais e subtropicais, mas algumas podem ser encontradas em zonas temperatas ou semi-desérticas. O comportamento de aninhamento das Odontomachus incluem a construção de ninhos no solo, madeira podre, arbóreos ou em ninhos de cupins abandonados.

      Elas predam artrópodes em geral, mas algumas se especializam em certas presas como cupins. No mais, Odontomachus são formigas carnívoras. O tamanho da colônia varia muito entre as espécies. A maioria das espécies possuem rainhas tipicamente aladas, visto que há também a ocorrência de rainhas sem asas. É interessante notar que algumas rainhas conduzem tarefas típicas de operárias, como forragear fora do ninho. É possível ouvir um estalo quando as armadilhas são ativadas devido à força e rapidez com que se fecham, motivo pelo qual ganharam o nome popular no Brasil de "formigas-de-estalo". A mordida e ferroada de uma formiga-de-estalo fêmea são dolorosas, causando uma queimação local que pode ser intensa. Momentos depois pode aparecer um hematoma cutâneo que pode causar coceira intensa de duração variável. Entretanto, são inofensivas para a vida de humanos e animais.

      São formigas que costumam ficar próximas de folhas caídas e forrageiam individualmente debaixo destas folhas. A Odontomachus bauri é distribuída pela zona Neotropical. As colônias estabelecem territórios para forragearem e evitam territórios conespecíficos de ninhos vizinhos.

      Subfamílias de Formicidae:

      Aenictinae
      Aenictogitoninae
      Agroecomyrmecinae
      Amblyoponinae
      Aneuretinae
      † Armaniinae (extinto)
      † Brownimeciinae (extinto)
      Cerapachyinae
      Dolichoderinae
      Dorylinae
      Ecitoninae
      Ectatomminae
      † Formiciinae (extinto)
      Formicinae
      Heteroponerinae
      Leptanillinae
      Leptanilloidinae
      Martialinae
      Myrmeciinae
      Myrmicinae
      Paraponerinae
      Ponerinae
      Proceratiinae
      Pseudomyrmecinae
      † Sphecomyrminae (extinto)

      Incertae Sedis:

      † Calyptites (extinto)
      Condylon
      † Cretopone (extinto)
      † Curticorna (extinto)
      † Eoanictites (extinto)
      † Eoformica (extinto)
      † Fonsecahymen (extinto)
      † Gerontoformica (extinto)
      † Klondikia (extinto)
      † Kohlsimyrma (extinto)
      † Myanmyrma (extinto)
      † Petropone (extinto)

      Tribos dentro de Ponerinae:

      Platythyreini
      Ponerini
      Thaumatomyrmecini
      Incertae Sedis

      Gêneros dentro de Ponerini:

      Anochetus
      † Archiponera (extinto)
      Asphinctopone
      Belonopelta
      Bothroponera
      Centromyrmex
      † Cephalopone (extinto)
      Cryptopone
      † Cyrtopone (extinto)
      Diacamma
      Dinoponera
      Dolioponera
      Emeryopone
      Feroponera
      Harpegnathos
      Hypoponera
      Leptogenys
      Megaponera
      † Messelepone (extinto)
      Myopias
      Odontomachus
      Odontoponera
      Pachycondyla
      Phrynoponera
      Paltothryreus
      Plectroctena
      Ponera
      Promyopias
      † Protopone (extinto)
      Psalidomyrmex
      Simopelta
      Streblognathus
      Austroponera (?)
      Ectomomyrmex (?)
      Iroponera (?)
      Parvaponera (?)
      Pseudoponera (?)
      Rasopone (?)

      Hora: 18:52:56
      Local: Ceará, Fortaleza (Lat: -3.75, Long: -38.51, 16º andar)

      FONTES NOS COMENTÁRIOS.

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        Localização  Brasil, Ceará, Fortaleza
        -3.7319029, -38.52673930000003
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